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sábado, 30 de maio de 2009

Açudes encantam visitantes no Sertão Central


Banabuiú. Diz a filosofia popular que a alegria é o melhor remédio para a tristeza. E para espantar os infortúnios da vida, provocados pelas chuvas em excesso nesta época do ano, nada melhor do que deixar as águas rolarem, literalmente. Apreciar bilhões de metros cúbicos arrebentando incessantemente nos dormentes das barragens é participar de uma sessão de terapia ao ar livre. Apreciar esse raro momento da força da natureza, no inverno sertanejo, é relaxar contemplando a dimensão dessa beleza. Em Banabuiú e Quixeramobim, esse espetáculo pode ser visto até junho, enquanto os açudes estiverem transbordando.

Foi exatamente o que o engenheiro Fábio Moreira e a psicóloga Lúcia Jatobá fizeram. Para se livrarem do frenesi metropolitano das ruas e avenidas alagadas na Capital cearense, partiram cedo para o Sertão Central. Percorreram cerca de 200km até o Vale do Banabuiú. Após três horas de viagem, o relaxamento. Mais que isso, ficaram vislumbrados. Esperavam encontrar algo diferente, mas não imaginavam que haveriam de se deparar com um atrativo tão agradável. Sentir no corpo as gotas do orvalho a se dispersarem vertedouro abaixo foi como um banho de tranqüilidade, de acordo com os visitantes.

“Descendo um pouco mais a ducha das rochas também é muito agradável”, sugere o operador do Departamento Nacional de Obras Contas a Seca (Dnocs), Ariston Queiroz. É justamente ele quem controla a abertura das seis comportas que liberam a água do Banabuiú pelo sangradouro. Com um pouco de sorte, é possível encontrar o servidor do Dnocs manobrando os portões metálicos. A operação não é difícil, basta acionar alguns botões. Mas o técnico assegura que responsabilidade é tão grande quanto o espetáculo assistido pelo público.

Depois de observar o funcionamento das enormes engrenagens e a queda d´água, os turistas lotam as barracas e restaurantes no entorno do Arrojado Lisboa. O preferido é o “Vento das Águas”. Tilápia com baião é o prato predileto. Que o diga a família Calixto Pinheiro. Embora morem praticamente ao lado do açude, não enjoam do lugar e nem do delicioso cardápio, preparado incondicionalmente com peixe fresquinho. Os proprietários comemoram o considerável movimento de clientes que chegam para conhecer a principal atração da cidade.

Aventura

Desde a última quarta-feira, o passeio ao Vale se transformou numa aventura. Um trecho da rodovia de acesso àquela localidade rompeu. A travessia é feita através de uma trilha, ao lado da CE-368, a cerca de sete quilômetros do Centro da cidade. O ideal é utilizar veículos 4X4 ou motos adequadas a cross. No entanto, o Departamento Estadual de Edificações e Rodovias (DER) trabalhava no sentido de viabilizar o tráfego regular até hoje. Caso isso não ocorra, a Prefeitura Municipal disponibiliza guias e transporte para os visitantes.

Retornando para a CE-060 e seguindo sertão adentro também é possível cortejar outra atração propiciada pelas águas. Desde o início de abril, a barragem do Quixeramobim continua sangrando. Durante o dia, além da meninada a saltitar da ponte no açude e dos pescadores a atirarem o laço da rede na água, quem visita o mais interessante atrativo turístico da cidade ainda saboreia o típico cardápio do restaurante Beira Rio. O proprietário, Roberto Vitor, não esconde a felicidade ao ver seu estabelecimento lotado nos fins de semana.

Quando o sol começa a se pôr e a iluminação dos postes a reluzir na cascata da barragem, alguns preferem ficar mais um pouco. Geralmente são jovens aventureiros e casais apaixonados. Descem até a plataforma, bem próximo da corredeira do rio. O local é ideal para troca de beijos e juras de amor. E quanto mais frio melhor, comentam os namorados. É pretexto para ficarem bem grudadinhos. “Nada mais romântico do que um momento desses”, recomendam os estudantes Flávio Macedo e Larissa Pimentel.

Acesso aos açudes

Quem estiver interessado em apreciar a “terapia das águas” na cidades de Banabuiú e Quixeramobim, seguindo de Fortaleza deve utilizar a BR-116 até o Triângulo de Chorozinho, a altura do Km 64. Dali, deve seguir pela CE-356 (BR-122), são mais 93 quilômetros até Quixadá; 10 quilômetros após, seguindo pela CE-060, há uma bifurcação à esquerda (sentido Fortaleza - Interior). São mais 43 quilômetros até Banabuiú. A distância para Quixeramobim é praticamente a mesma. São 3 quilômetros a menos. A atenção deve ser maior entre Piranji e a sede do município de Ibaretama. Uma mão da malha viária está avariada.

Mais informações:

Prefeitura Municipal de Banabuiú
(88) 9930.8462
Prefeitura do município de Quixeramobim
(88) 9953.6712

Alex Pimentel
Colaborador
Diário do Nordeste

2 comentários:

Anônimo disse...

O Alex é realmente um jornalista de mão cheia. Somente grandes profissionais são capazes de escrever comtanta maestria e coordenação.
Tenho acompanhado as reportagens dele.
Anda meio sumido, mas quando aparece é para encantar mesmo.
Meus sinceros elogios a quem tem a sutileza de divulgar esse talento.

Jussara Peixto
Professora de Língua Portugesa
Fã incondicional de quem respeita a nossa ortografia.

DIARIO CENTRAL disse...

Prezada Jussara;

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