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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Jornada alerta contra infecção hospitalar no Sertão Central


Comissão especial quer fortalecer equipes de combate às infecções hospitalares nas unidades do Sertão Central

Responsável por até 14% das complicações em pacientes internados, o problema será tema da I Jornada de Controle de Infecção Hospitalar do Sertão Central. O encontro regional, promovido pelo Hospital Maternidade Jesus Maria José ocorre hoje e amanhã no auditório deste centro médico, em Quixadá. A mobilização tem por objetivo a implantação e aprimoramento do controle e redução dos índices de contaminações que podem levar até à morte.

Segundo a coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Maternidade Jesus Maria José (HMJMJ), Jeane Torres, embora uma lei federal estabeleça a implantação do programa de controle e vigilância de infecções, no Ceará, a maioria das comissões existem apenas no papel, ou são inoperantes. Por esse motivo, sua equipe resolveu promover a Jornada e expor o modelo implantado no HMJMJ faz cinco anos. Ela garante que hoje os índices de infecção na sua unidade hospitalar não ultrapassam 1,72%.

A enfermeira, chefe do hospital-maternidade reconhecido pela Unicef como “Amigo da criança”, destaca a importância do estímulo dos procedimentos padrões de higienização e monitoramento dos casos como principais estratégias de controle e redução do problema. A médica infectologista Lia Fernandes de Lima, integrante da Associação Cearense de Estudos e Controle de Infecções Hospitalares, foi convidada a abordar o assunto na Jornada.

Dentre as contaminações mais comuns, o trato urinário é apontado como o mais freqüente. As doenças respiratórias vêm em segundo lugar. Em seguida, a corrente sanguínea e o sítio cirúrgico são observados como fatores complicativos para os pacientes até 30 dias após as internações.

Nos casos das próteses, o período pode se estender por até um ano. Mas a preocupação maior está centrada nas unidades de terapia intensiva neonatais. O Hospital Maternidade de Quixadá possui oito leitos. A apreensão não é por menos. Quando a situação fica sem controle, a morte de recém-nascidos costuma ocorrer em série. A Maternidade Escola Assis Chateaubriand, da Universidade Federal do Ceará (UFC), enfrentou uma batalha na Justiça por conta da morte de 13 crianças. Os óbitos ocorreram em maio e junho de 2002, todos por infecção hospitalar. Seis anos antes o diretor e a chefe do setor de neonatologia do mesmo hospital foram acusados criminalmente pela morte de 49 bebês.

Controle

Os exemplos trágicos serviram para despertar e acelerar a criação das coordenações de controle. Embora o Ceará não esteja mais entre os estados que ainda não instalaram o sistema de controle exigido pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), há ainda grande falha de dados. A 8ª Célula Regional de Saúde não possui números precisos, e nem o núcleo de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), pois não são repassados pela maioria dos hospitais.

Na opinião da assessora da Coordenação de Prevenção e Promoção da Saúde, da Anvisa/Sesa, farmacêutica Luciene Alice da Silva, a iniciativa adotada pela CCIH do Hospital Maternidade Jesus Maria José é excelente. Deverá despertar o interesse das unidades hospitalares no funcionamento de suas comissões, como também na informatização dos indicativos, principal gargalo para identificação correta dos casos existentes no Estado.

Mais informações:

Hospital Maternidade Jesus Maria José
Município de Quixadá
(88) 3412.0681
h_mjmj@yahoo.com.br

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