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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Denarc prende traficantes que atuavam no Sertão Central


A Denarc descobriu uma nova forma que os traficantes utilizavam para embalar cocaína e crack, com cápsulas plásticas

Uma operação desencadeada pela Delegacia de Narcóticos da Polícia Civil (Denarc), no último fim de semana, desarticulou uma perigosa quadrilha de traficantes e assaltantes, responsável pela distribuição de cocaína, crack e maconha em, pelo menos, seis bairros de Fortaleza e outras quatro cidades do Interior do Ceará. O grupo era chefiado por um fugitivo da Justiça que se passava por empresário. Ele usava um lava-jato, nesta Capital, como ´fachada´ para a distribuição das drogas que eram trazidas do Norte do País depois de produzidas na Bolívia, Peru e na Colômbia.

Carlos Odeon Bandeira, 25, natural de Milhã (a 303Km de Fortaleza) foi preso em sua residência, na Rua Joaquim Jerônimo, no Mondubim (Zona Sul da Capital), depois que os inspetores da Denarc foram ao lava-jato de propriedade dele, na Avenida dos Expedicionários, no Parque Dois Irmãos, e encontraram dezenas de sacolés contendo cerca de 700 ´dólares´ maconha.

No local, os inspetores prenderam duas pessoas: Jorge Johnny Bandeira, 24, primo de Carlos Odeon; e Fabiano Silva de Morais, 29, que afirma ser o gerente do lava-jato. Na casa de Carlos Odeon a Polícia apreendeu armas de grosso calibre, uma pistola 0.40 (Ponto 40) com seis cartuchos intactos; uma calibre 380 ACP, com 15 balas, e um revólver 38. Também foram encontradas duas balaclavas (capuzes) e um colete balístico a prova de balas.

Novidade

Segundo o delegado titular da Denarc, César Wagner Maia Martins, na casa do chefe da quadrilha a Polícia encontrou também um quilo e meio de crack, 360 gramas de maconha e um novo tipo de embalagem usada na comercialização de drogas. São pequenas cápsulas plásticas, semelhante a bastonetes usados para acondicionar medicamentos líquidos, que eram usadas para embalar cocaína em pequenas porções a serem vendidas no comércio das drogas em Fortaleza e no Interior. “Foi uma novidade para nós e também para a Polícia Federal”, disse César Wagner.

A operação teve seu terceiro e surpreendente desdobramento quando os policiais retornaram ao lava-jato de Carlos Odeon e se depararam com uma equipe de entregadores dos Correios. Naquele momento chegava, através do Sedex, uma encomenda vinda de São Paulo para o chefe da quadrilha. No pacote havia mais de três mil cápsulas plásticas que iriam também servir como embalagem de cocaína.

Os três homens foram levados para a Denarc e ali a Polícia descobriu que a quadrilha abastecia pontos de vendas de drogas nos bairros Mondubim, Conjunto José Walter, Montese, Parque Dois Irmãos, Castelão e Serrinha, além de outras áreas da cidade ainda a serem descobertas. O mesmo grupo enviava cocaína, crack e maconha para os Municípios de Quixadá, Quixeramobim, Iguatu e Milhã, este último, a terra natal dos primos Carlos Odeon e Jorge Johnny Bandeira.

Foragidos

As investigações da Denarc acabaram por revelar que os primos que encabeçavam a quadrilha de traficantes interestaduais são fugitivos da Justiça. “Os dois têm contra si mandados de prisão, por crimes de assaltos a mão armadas e tráfico de drogas. São mandados de prisão de comarcas do Ceará, como Iguatu e Quixadá, e também de São Paulo”, explica o delegado César Wagner.

Sobre as cápsulas plásticas que vinham sendo trazidas de São Paulo - via Sedex - para embalar pequenas porções de cocaína e crack, o titular da Denarc foi taxativo: “Eles estão elitizando o tráfico, com novo modelo de embalagem, mais prática e mais difícil de localizarmos.” A Polícia agora tenta identificar outros membros do grupo criminoso.

Fernando Ribeiro
Editor do Diário do Nordeste

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