Boa Viagem. As rodovias estaduais 456, que liga os municípios de Choró e Canindé, e 168, de Pedra Branca a Boa Viagem, estão interditadas. A primeira, por causa da queda de uma ponte, enquanto que a segunda foi cortada pelas águas de açudes da região que arrombaram.Na CE-168, veículos de grande porte estão impedidos de circular. Uma carreta afundou na pista. Árvores e desmoronamentos de rochas interditaram parcialmente outros trechos.
Os estragos causados pelas chuvas dos últimos dias deixaram em pânico parte dos habitantes desta cidade, a 217Km de Fortaleza. O nível do Rio Boa Viagem, que corta a cidade, subiu rapidamente, atingido dez metros acima do nível normal, e inundou comércios e residências. O prejuízo só não foi maior porque ao saberem do rompimento da barragem do Açude Trapiazeiro comerciantes tiveram pouco tempo para retirar mercadorias.
A avenida Beira Rio ficou alagada. Ribeirinhos tentatavam salvar os pertences. Eles temem que o afluente do Rio Quixeramobim chegue a mesma intensidade registrada em 2004, quando o Centro da cidade ficou alagada.
Situação similiar vive aproximadamente 20 famílias das comunidades de Caiçarinha, Barbada e Monte Castelo, na zona rural de Choró. Conforme o prefeito José Antônio Mendes, elas estão abrigadas nas escolas desses distritos. O número das que tiveram animais e plantações arrastadas pela correnteza dos rios que cortam o município é bem maior. Os dados devem ser apresentados na tarde de hoje.
Em Quixeramobim, o prefeito Edmilson Júnior deve decretare estado de emergência no município até a próxima terça-feira. Dados da Defesa Civil local apontam 134 famílias amparadas oficialmente.
Canindé
Cinco caminhões da Defesa Civil do Estado partiram ontem de Maracanaú, Região Metropolitana, levando 13.800 quilos de alimentos para os desabrigados das chuvas em Canindé. Foram levados , também, colchões, lençóis, travesseiros, cobertores e kit de limpeza, segundo o secretário executivo do órgão, coronel Nogueira Leandro Silva.
As cestas básicas serão distribuídas entre as famílias que ficaram ilhadas após o arrombamento do Açude Esperança ou aquelas que tiveram a casa invadida pelas águas do Rio Canindé, durante a madrugada do último sábado. Ainda não há um balanço oficial dos atingidos, mas só na região próxima ao açude Esperança cerca de 100 famílias tiveram que abandonar suas casas.
Entre os desabrigados da sede do município, Maria Ivanira Araújo Campelo espera receber uma cesta básica. No último sábado, ela, a neta e vizinhos retiravam a água que invadiu todos os compartimentos da casa. “A maioria dos móveis estão quebrados, consegui subir apenas a minha cama e o guarda roupa”, lamenta.
Isolado pela queda da ponte, Napoleão Dionísio da Silva olhava os estragos causados pela força da água. Ele disse que não tem como chegar a outras comunidades do município. Outras famílias que estão ilhadas aguardam a chegada dos alimentos, colchões, lençóis, cobertores e dos kits de limpeza da Defesa Civil.
Alex Pimentel e Suelem Caminha
Colaborador/Repórter
Foto: Alex Pimente
Diario do Nordeste
Manchente: Diário Central
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