No Brasil, há 32 mil novos casos de Aids por ano. O Nordeste preocupa porque a curva é crescente. Entre 1997 e 2007, a incidência dobrou de 5,3 por 100 mil habitantes para 10,8”.
Com estas afirmações, Mariângela Simão, diretora do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde do Brasil, explicou a importância da troca de experiências e estratégias no combate à Aids, em diferentes países.
Segundo ela, desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2008, o Nordeste teve 58.348 casos. Em 1997, os novos casos atingiram 2.418 pessoas. Somente dez anos depois, os novos casos chegaram a 5.660. No Ceará, conforme a Secretaria da Saúde do Estado, de 1983 a dezembro de 2008, houve 8.272 casos. Em 2008, novos casos atingiram 298 pessoas, uma redução de 48,7% em relação à 2007, com 581.
No Brasil, a estimativa é que existam 630 mil soropositivos, atualmente. A prevalência, segundo Mariângela Simão, é 0.6%, na faixa de 15 a 49 anos, sendo maior entre os homens. A taxa de incidência média nacional é de 19 casos por ano, a cada 100 mil habitantes.
Por conta dos números preocupantes em todo o País, Mariângela destaca que, a partir do intercâmbio de resultados e solidariedade entre países, pode-se unir esforços na prevenção da doença, a exemplo do que é preciso para o Nordeste do País. Para isso, iniciou-se ontem, prosseguindo até hoje em Fortaleza, a V Reunião da Rede Laços Sul-Sul.
“A prevenção acaba sendo adaptada em cada país de acordo com a cultura e o contexto dele. Nossa intenção é discutir o que já foi feito de bom. O Brasil sai à frente porque já tem mais experiência em alguns aspectos, como o manejo de pacientes, o acúmulo e compra de medicamentos, afirma.
Organizado pelo Ministério da Saúde, o evento busca traçar estratégias de ações para Bolívia, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Nicarágua, Paraguai, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. “Queremos montar um plano de ações para o próximo ano. O Brasil continuará com o trabalho iniciado desde 2004 de capacitação de profissionais de saúde dos países do Sul, informação junto à sociedade civil e doação de medicamentos para a primeira linha do tratamento”, reforça Carlos Passarelli, diretor do Centro Internacional de Cooperação Técnica (CICT) em HIV/Aids.
Segundo ele, atualmente, o Brasil doa medicamentos para o início do tratamento de quatro mil pacientes nos sete países envolvidos.
“Com a rede cooperação, podemos citar como avanço nesse tempo o fato de os países estarem cada vem mais estruturados para tratar casos de Aids. O Brasil leva experiência para os países, mas traz conhecimento de diferentes realidades que ajudam no combate de situações semelhantes”, conta.
Essa troca tem surtido efeito em países como Guiné-Bissau, conforme reconhece o coordenador-adjunto do Programa de DST/Aids do País, David da Silva Té. De acordo com ele, a partir da Rede, Guiné-Bissau pôde oferecer tratamento aos infectados pelo vírus, que hoje chegam a 1.800. Até 2004, detalha, não havia tratamento para doença no local. “Em 2004, não existia tratamento. Eram somente alguns profissionais com conhecimento na área ”, relata David Té.
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