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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Mais de 600 espécies ameaçadas

O número de espécies ameaçadas de extinção triplicou nos últimos 15 anos, somando agora 627 espécies em risco

Brasília. O Ministério do Meio Ambiente lançou ontem um livro com mais de 600 espécies de animais ameaçados de extinção. A publicação, chamada de ‘‘Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção’’, foi elaborada em parceria com a Fundação Biodiversitas.

De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a primeira lista de animais em extinção, feita em 1989, continha 218 espécies ameaçadas, enquanto no livro lançado ontem estão contabilizadas 627 espécies de animais. A lista anterior, no entanto, não incluía os peixes, que fazem parte da relação atual.

‘‘Temos que correr atrás do prejuízo criando novas unidades de conservação, defendendo o habitat dessas espécies, defendendo sua cadeia alimentar, fazendo mais pesquisa, em suma, combatendo a degradação desenfreada’’, afirmou o ministro Carlos Minc.

Entre os biomas que têm o maior número de espécies ameaçadas estão em primeiro lugar a Mata Atlântica, seguida do errado e da zona costeira e marítima. Para reverter esse quadro o ministro do Meio Ambiente afirmou que é necessário criar corredores de proteção, combatendo o tráfico e fazendo campanhas nas escolas.

Carlos Minc quer que cada unidade de conservação ambiental tenha um exemplar do livro vermelho e disse que vai conversar com o ministro da educação, Fernando Haddad, para que a publicação também seja distribuída nas escolas da rede pública.

Segundo os dados do ‘‘Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção’’, na lista de espécies sob ameaça de extinção no Brasil estão 208 invertebrados, 160 aves, 154 peixes, 69 mamíferos, 20 répteis e 16 anfíbios. Cerca de 60% desses animais habitam na Mata Atlântica, que perdeu quase 70% de sua extensão nos últimos 50 anos, afirmou o ministro Carlos Minc. Já 9% dos animais ameaçados estão na Amazônia e cerca de 5%, no Pantanal matogrossense.

Fatores

Entre os fatores que agravaram a situação da fauna nos últimos anos, o ministro citou o desmatamento, os incêndios provocados com a intenção de limpar a terra para plantio, os adubos tóxicos usados na agricultura e o tráfico de animais.

Segundo o livro lançado ontem, nos últimos 15 anos, 418 espécies entraram na lista de ameaçadas de extinção. O número das que saíram da lista no mesmo período foi 78.

Carlos Minc afirmou que, para salvar essas espécies ameaçadas, é preciso ‘‘criar novas unidades de preservação, adotar novas medidas para defender a cadeia alimentar e, em resumo, combater com firmeza a degradação desenfreada’’ do meio ambiente.

MAUS-TRATOS
Governo é contra animais em circos

Brasília. O assessor do Ministério do Meio Ambiente, José Maurício Padroni afirmou ontem que a pasta é radicalmente contra a exposição de animais em circos. A declaração foi feita após encontro com representantes de diversas entidades e de organizações não-governamentais, que entregaram a Padroni o vídeo ‘‘Stop Circus Suffering’’, com imagens de maus-tratos a animais usados em apresentações circenses no Brasil e em outros países.

“Nós não precisamos ser convencidos de que isso é ruim, porque já sabemos. Apoiamos essa causa e estamos fazendo esforços para convencer os outros ministérios também”, disse o assessor. O material faz parte da campanha internacional pelo fim do uso de animais em circos no Brasil. As entidades que apóiam a iniciativa pedem a aprovação do Projeto de Lei 7291/06, que prevê a proibição de circos com animais no país. Produzido pela ONG Animal Defenders International, o vídeo também foi entregue ao Ministério da Cultura.

Segundo a representante da ONG World Society for the Protection of Animals, Ana Junqueira, maus-tratos não se limitam a atos de ferimento e mutilação. “É preciso lembrar que a própria situação em que os animais se encontram, como confinamento e transporte constantes, também confirgura maus-tratos”. A presidente da Aliança Internacional do Animal, Ila Franco, reforçou que a campanha não é contra os circos. “De forma alguma queremos o fim da cultura circense. Já há circos sem animais, como é o caso do Circo de Moscou, que é um sucesso”, afirmou.

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