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sábado, 23 de agosto de 2008

Tabagismo passivo causa 7 mortes por dia

Pelo menos 2.655 não-fumantes morrem a cada ano no Brasil por doenças atribuíveis ao tabagismo passivo

Rio de Janeiro. A cada dia, ao menos sete brasileiros morrem por doenças provocadas pela exposição passiva à fumaça do tabaco. De acordo com o estudo ‘‘Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população urbana do Brasil’’ — realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ —, pelo menos 2.655 não-fumantes morrem a cada ano no Brasil por doenças atribuíveis ao tabagismo passivo. A maioria das mortes ocorre entre mulheres (60,3%).

A quantidade de vítimas, porém, pode ser ainda maior. “Como a pesquisa foi feita somente em ambientes domésticos de aglomerados urbanos, se ela fosse estendida aos ambientes de trabalho, o número de mortes seria certamente mais expressivo”, alertou o diretor-geral do INCA, Luiz Antonio Santini. Foram consideradas no estudo, para a obtenção do número e proporção de óbitos, apenas as três principais doenças relacionadas ao tabagismo passivo: câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração (como infarto) e acidentes vasculares cerebrais. Definiu-se como fumantes passivos as pessoas que nunca fumaram e que moravam com pelo menos um fumante no mesmo domicílio.

A escolha de indivíduos na faixa etária de 35 anos ou mais para desenvolvimento da pesquisa foi justificada pela técnica e pesquisadora do INCA, Valeska Figueiredo: “Os agravos que nós estudamos dependem de uma exposição cumulativa do indivíduo à fumaça do tabaco para se desenvolverem e ocorrem, portanto, em pessoas nessa idade”.

A faixa etária que registrou maior ocorrência de óbitos, tanto em homens quanto em mulheres, foi de 65 anos ou mais. Não fizeram parte da população avaliada fumantes e ex-fumantes.

Para Santini, o principal objetivo da pesquisa é transmitir para a população evidências científicas que permitam abolir totalmente o fumo em ambientes fechados. “A lei hoje existente admite ainda a possibilidade de ambientes específicos para fumantes. Com este estudo, fica comprovado que a segregação de ambientes não tem significado”, esclareceu o diretor-geral. O estudo divulgado pelo INCA servirá para acelerar a implementação da Convenção-Quadro, ratificada no Congresso em 2005, e que estabelece a adoção de uma série de medidas para o controle do tabagismo no país. “É necessário gerar evidências científicas e produzir conhecimento para sustentar nossas ações”, afirmou Santini.

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