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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Usina de biodiesel incentiva volta dos sertanejos


Cravada no sertão central do Ceará e cercada por monólitos – estranhas formações rochosas da região que parecem de longe formar imagens humanas e de animais – a usina de Biodiesel de Quixadá está fazendo com que muitos sertanejos sonhem em voltar para casa. Se no passado, o futuro estava bem longe, no Sul-Maravilha, hoje o presente começa, para muita gente, bem perto de casa.

A administradora de empresas Gioconda de Castro, 23 anos, cresceu em Quixadá apostando que seu futuro estava a 167km dali, em Fortaleza. Mas com a inauguração da usina, em agosto do ano passado, tudo mudou. Contratada para trabalhar na estatal, a administradora leva apenas dois minutos para chegar ao local de trabalho.

– As vezes eu não acredito no que aconteceu. Fico me beliscando para ter certeza de que é verdade. É emocionante trabalhar onde cresci – diz.

Mas Gioconda não é a única da região. Dos 150 funcionários da usina, pelo menos 100 moram na comunidade, conta com entusiasmo o gerente da unidade, João Augusto Araújo Paiva, 57 anos. Com ele a história não foi muito diferente. Nascido em Fortaleza, João Augusto trabalhou nos grandes centros do Brasil, até voltar para o seu estado natal que, segundo ele, já foi referência no segmento.

– Há 20 anos, o Ceará foi um dos maiores produtores de oleaginosas do Brasil e, hoje, o estado está recuperando esta vocação histórica – conta.

Para resgatar o status perdido, a estatal traçou um planejamento estratégico. Escolheu um local que fica no centro do estado e que tem uma malha rodoviária que permite que a produção escoe rapidamente pelos grandes centros. De Quixadá, por exemplo, o biodiesel segue direto para o Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e até para o Pará, sem ter que passar pela capital.

Outra vantagem é o fato de a usina ficar a menos de 100 metros de uma ferrovia que faz parte da Transnordestina, que promete ligar, no futuro, três portos importantes do Nordeste: o Porto de Suape, no Recife, o Terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Petrobras, em Pecém (CE), e o Porto de Itaqui, no Maranhão.

– A obra está em andamento e vai criar mais uma alternativa de transporte interessante – assegura João Augusto, ao destacar também que será construída em menos de 90 dias uma adutora que vai abastecer melhor a região.

Complexo invejável

No que diz respeito a tecnologia, João se derrete em elogios ao complexo de biodiesel.

– Tudo que a Petrobras tem em seus grandes centros temos aqui. Os sistemas de automação, por exemplo, são os das grandes refinarias de São Paulo – cita o gerente, ao destacar ainda o laboratório do complexo que emite certificados como os do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Fundão (RJ).

O gerente ressaltou ainda a dedicação dos funcionários da comunidade.

– Tem sido uma experiência enriquecedora trabalhar aqui. Temos tido um respaldo muito bom da qualidade do nosso biodiesel – destacou. – Até hoje, não recebemos nenhuma reclamação da qualidade do nosso trabalho.

Matéria extraída do site http://www.jbonline.terra.com.br

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