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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Campus da UFC em Quixadá vira tema de audiência

Embargada pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente, a obra do campus da Universidade Federal do Ceará em Quixadá será objeto de discussão durante audiência na Câmara Municipal da cidade

Uma audiência pública, na próxima semana, vai discutir a construção do campus da Universidade Federal do Ceará (UFC) em Quixadá, a 158 quilômetros de Fortaleza. A obra está embargada pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), porque, segundo o órgão, foi iniciada sem o licenciamento ambiental emitido pela Semace. A audiência será realizada na Câmara dos Vereadores da cidade, na quarta-feira, 8, e deve reunir representantes dos órgãos envolvidos.

O campus da UFC estava sendo construído dentro da zona de amortecimento da Unidade de Conservação Monumento Natural dos Monólitos de Quixadá, que é uma área de proteção integral, administrada pela Semace, diz o gerente do local, Ivan Botão de Aquino.

De acordo com o professor Ciro Nogueira Filho, diretor do campus em Quixadá, havia sido feito o pedido de uma licença prévia. Mas para os trabalhos que estavam sendo feitos lá, era necessária uma licença de instalação. “Há 15 dias, começamos a fazer um estudo do solo, para ver a profundidade, já que é um terreno raso e bem úmido. Algumas escavações foram feitas”, diz.

O investimento total da obra é de cerca de R$ 986 mil, mas, com a paralisação da obra, há uma semana, não houve prejuízo financeiro para a universidade, acrescenta Ciro Nogueira.

O pedido do licenciamento ambiental já foi feito pela UFC, que aguarda agora a decisão da Semace. Ivan Botão de Aquino afirma que, para obter o documento, ainda há um longo processo de análise e estudo, que será feito por uma equipe da Superintendência.

“É uma área de relevante interesse ambiental. Ainda são necessários estudos para saber se a construção é compatível com a área, se é passível de licenciamento”, ressalta o engenheiro da Semace. A análise da viabilidade da obra está sendo realizada, inclusive com visitas ao local. A previsão do engenheiro é de que em até três semanas já haja um resultado desse processo.

Controle ambiental
Segundo o professor Ciro Nogueira, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) está analisando o projeto das obras e já fez algumas alterações. “A nossa expectativa é de que a Semace faça o controle ambiental e nos indique alguns cuidados. O Iphan já vem fazendo isso há uns 15 dias.

Os trabalhos de escavação na obra vão ser acompanhados por um arqueólogo”, lembra. O diretor diz que o objetivo da UFC é levar experiência ao Interior, mas sem ofender às áreas do patrimônio histórico, cultural e ambiental.

Para Osvaldo Andrade, diretor-geral do Instituto Convivência com o Semiárido Brasileiro, de Quixadá, a área de construção está no entorno de uma região de monólitos, onde não poderia haver construções ou atividades “que representem ameaça ao entorno, ao ambiente, à fauna e à beleza cênica dos monólitos”. Ele diz que a área onde está sendo construído o campus foi pensado para a área de produção de alimentos. Não para construções.


SAIBA MAIS

>Para Osvaldo Andrade, diretor-geral do Instituto Convivência com o Semiárido Brasileiro, de Quixadá, o receio é de que a construção "sinalize o crescimento desordenado na cidade, já que é a única reserva verde que existe na região”.

> Diz ele: "Existe uma quebra-de-braço entre o bom senso, as pessoas que querem aquela área para uso nobre e humano e outras pessoas que acham que progresso e educação se iniciam com agressão ambiental".

>O Instituto Convivência, ao saber que a UFC não possuía licenciamento para a obra em Quixadá, acionou a Semace, o Iphan e o Ministério Público.

E-Mais

>A UFC já funciona em Quixadá. O curso de Sistemas de Informação está na terceira turma e atende atualmente a 120 alunos, destaca Ciro Nogueira Filho, diretor do Campus.

>A a intenção é abrir mais dois cursos ano que vem - Engenharia de Software e Redes de Computadores. “A ideia é que o campus de Quixadá se torne um campus de excelência na área de tecnologia da informação”.

Fonte: O Povo Online

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