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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Deputados denunciam institutos do Interior


Alguns deputados defenderam a instalação de uma CPI para investigar a venda de pesquisas no Interior

As pesquisas de intenção de voto publicadas ao longo da campanha eleitoral como propaganda dos candidatos que as lideravam, feitas por institutos de pesquisas que só trabalham no Interior, foram alvo de críticas por parte de vários parlamentares, ontem, na Assembléia legislativa. Antes de o deputado Heitor Férrer (PDT) levar o assunto à tribuna, o deputado Osmar Baquit (PSDB) já havia sugerido uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a probidade dessas pesquisas e suas publicações.

Baquit afirma que uma pesquisa de intenção de voto pode mudar os rumos de uma eleição, chamando de “absurdo” o efeito que pode ser causado por elas. O deputado elogiou a postura do Diário do Nordeste que não publica nenhuma pesquisa paga. Todas as pesquisas que o jornal publica são contratadas por ele próprio ao Ibope.

O deputado Fernando Hugo (PSDB) não concorda com a instalação de uma CPI para apurar o caso, argumentando que os institutos de pesquisa são empresas privadas, mas ressalta que tal prática está virando um “mercado persa”. Ele defende que a Procuradoria Regional Eleitoral deveria fiscalizar os dados e depois disponibilizá-los à população.

Para Heitor Férrer (PDT), as pesquisas de intenção de voto induzem o eleitor a votar em quem está na frente, portanto quem está ganhando conforme o que é publicado nas pesquisas. “Os institutos de pesquisa tiram do eleitor o direito de ir às urnas dizendo que o seu candidato é o melhor”, defende.

O caso de Caucaia, na opinião do pedetista, mostra o quão fraudulentas essas pesquisas podem ser, lembrando que antes da eleição o deputado Washington Gois (PRB) perdia com uma diferença de 23% para sua adversária, a prefeita Inês Arruda (PMDB), enquanto que o resultado foi bem diferente no dia da votação.

Fraudulentas

A pesquisa em Caucaia foi feita pelo Instituto Cearense de Opinião Pública (Icop), para o parlamentar, um Instituto sem credibilidade visto o resultado que se deu no município. Washington Gois disse ter se sentido abatido com o percentual apontado na pesquisa, o que para Férrer, faz sentido já que o candidato se sente desanimado ao ver na pesquisa sua baixa intenção de voto.

Dedé Teixeira (PT), que concorreu à Prefeitura em Icapuí, também se disse lesado por pesquisas que segundo ele, não tinham autorização do juiz eleitoral. Ele classificou de “sacanagem” tal prática e afirmou concordar com a CPI proposta por Osmar Baquit. “Isso não pode mais acontecer”, alertou o deputado que diz ter sido vítima dessa fraude e que, além de a pesquisa não refletir a situação do momento, ainda por cima a sua publicação foi ao arrepio da legislação, posto que não autorizada pelo juiz Eleitoral daquela Zona.

Artur Bruno (PT) também se mostrou favorável à instalação da CPI, porém salientou a importância de convocar o Ministério Público para uma “investigação séria e punição exemplar”. Ele chamou de “senvergonhisse” os institutos “desconhecidos, sem credibilidade, montados em véspera de eleição, que são utilizados de má fé” por alguns políticos.

Para o deputado Heitor Férrer há os institutos de pesquisas sérios que usam uma ciência para obter os resultados, citando o Vox Populi, Ibope e Datafolha, porém afirma ser necessário que o Congresso Nacional elabore um projeto de emenda constitucional que os regulamente.

Em alguns municípios do Estado, em um mesmo dia, institutos apresentavam números de pesquisas que teriam sido feitas em um mesmo período, com um universo de entrevistas muito parecidos e resultados muito diferentes. Quem pagava a pesquisa era apontado como líder da disputa pela Prefeitura. As pesquisas eram feitas apenas para servidor de propaganda do candidato a prefeito que a contratava.

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