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sábado, 25 de outubro de 2008

6,7 milhões se inscreveram em concursos de 2005 a 2007, revela pesquisa

Nesse período foram abertas mais de 150 mil vagas.
Nove bancas pesquisadas movimentaram cerca de R$ 100 milhões

Pesquisa realizada pela Associação Nacional de Proteção e Apoio ao Concurso (Anpac) revela que 6,7 milhões de pessoas se inscreveram em concursos públicos entre 2005 e 2007 no país. De acordo com a entidade, foram pesquisadas nove das principais bancas examinadoras (Cespe/UNB, Esaf, Aocp, Cesgranrio, Fundação Carlos Chagas, Fundação João Goulart, NCE/UFRJ, Vunesp e Fesp/RJ), considerando os concursos realizados nos anos de 2005, 2006 e 2007.


Mas, de acordo com a Anpac, se forem incluídas as bancas organizadoras menores no levantamento, o número de candidatos chega a 10 milhões no país.



Nesse período foram abertas mais de 150 mil vagas, contando outras bancas organizadoras além das nove citadas. Além disso, no período houve um aumento de 27% do funcionalismo público, conseqüência de um número cada vez maior de concursos em todas as esferas (municipal, estadual e federal).


“Os números são significativos, principalmente porque o levantamento não atingiu todas as bancas de cada município do país. Na verdade, esse número pode ser o dobro”, afirma o professor Carlos Eduardo Guerra, presidente da Anpac e coordenador do estudo.


O estudo mostrou que houve crescimento tanto de inscrições como de aprovação das mulheres nos concursos - em 2005 representaram 66,52% dos mais de 230 mil aprovados. No ano passado, o percentual caiu para 50,35%, mas ainda assim elas ficaram à frente dos homens (49,65%). “Essa análise está muito ligada ao perfil da vaga e do concurso. E eu diria que há um equilíbrio entre os sexos. Mas, de qualquer forma, é notório o crescimento do público feminino nas disputas e nas aprovações”, diz Guerrinha.


A pesquisa mostrou ainda que o setor tem se mantido aquecido, movimentando somente com essas nove bancas pesquisadas uma média de R$ 100 milhões por ano só em inscrições.


Considerando cursos preparatórios, custos dos alunos, materiais didáticos, editoras especializadas e publicidade, o volume de negócios do setor é consideravelmente maior. Um nicho de mercado que deve ser, segundo Guerra, melhor representado. “Estamos falando de números reais e nada desprezíveis. Por isso a luta da Anpac é, cada vez mais, organizar o setor, dando-lhe maior representatividade”. Segundo ele, a Anpac acaba de concluir também o Estatuto do Concurso Público, que define regras para o setor.


“Estudamos minuciosamente a elaboração desse documento no intuito de ajustarmos cada etapa que envolve a realização de um concurso, desde o seu edital até a convocação para o preenchimento da vaga”.


Segundo ele, a proposta será entregue neste mês, em Brasília, ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. A intenção da entidade é que através do ministério, o Executivo possa colocar o assunto em pauta. “Estamos torcendo para que o ministro se sensibilize e apóie nossa causa. Nossa intenção é beneficiar a todos, preservando a ética e a democracia.”

Para ele, a partir de agora novos levantamentos devem ser feitos para a consolidação do setor. “As informações contidas no relatório são de suma importância para o país. Detectamos, por exemplo, que houve um amadurecimento democrático e uma maior profissionalização do serviço público nacional. E é formidável, pois o concurso propicia exatamente isso, que entre os mais qualificados”, diz o professor.


Segundo ele, a pesquisa será transformada em livro e será lançada oficialmente no dia 16 de outubro, na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro.







Veja os números relacionados ao setor, entre 2005 e 2007
Concursos públicos realizados
2005 - 223
2006 - 312
2007 - 194


Oferta de vagas
2005 - 33 mil
2006 - 25 mil
2007 - 18 mil


Oferta de vagas por escolaridade
2005
Nível superior - 15,7 mil
Nível médio - 16 mil
Nível fundamental - 1,2 mil

2006
Nível superior - 12,7 mil
Nível médio - 9,4 mil
Nível fundamental - 2,5 mil

2007
Nível superior - 7 mil
Nível médio - 9,3 mil
Nível fundamental - 1,5 mil

Inscrições realizadas
2005 - 2 milhões
2006 - 2,4 milhões
2007 - 2,3 milhões

Inscrições realizadas por escolaridade
2005
Nível superior - 868 mil
Nível médio - 986 mil
Nível fundamental - 145 mil

2006
Nível superior - 651 mil
Nível médio - 1,4 milhão
Nível fundamental - 312 mil

2007
Nível superior - 832 mil
Nível médio - 1,3 milhão
Nível fundamental - 168 mil

Candidatos aprovados
2005 - 230 mil
2006 - 48 mil
2007 - 128 mil

Sexo dos aprovados
2005
Masculino - 33,48%
Feminino - 66,52%

2006
Masculino - 57,23%
Feminino - 42,77%

2007
Masculino - 49,65%
Feminino - 50,35%

Aprovados por escolaridade
2005
Nível superior - 76 mil
Nível médio - 145 mil
Nível fundamental - 9 mil

2006
Nível superior - 25,5 mil
Nível médio - 16 mil
Nível fundamental - 6 mil

2007
Nível superior - 50 mil
Nível médio - 64 mil
Nível fundamental - 13 mil

Arrecadação estimada
2005 - R$ 120 milhões
2006 - R$ 91 milhões
2007 - R$ 118 milhões

Arrecadação por escolaridade
2005
Nível superior – R$ 71,5 milhões
Nível médio – R$ 42 milhões
Nível fundamental – R$ 7 milhões

2006
Nível superior – R$ 42 milhões
Nível médio – R$ 40,5 milhões
Nível fundamental – R$ 8,6 milhões

2007
Nível superior – R$ 59 milhões
Nível médio – R$ 54 milhões
Nível fundamental – R$ 5,2 milhões


Remuneração média inicial
2005 - R$ 2.282,70
2006 - R$ 1.877,80
2007 - R$ 3.021,30

Remuneração média por escolaridade
2005
Nível superior - R$ 2.987,38
Nível médio - R$ 1.119,16
Nível fundamental - R$ 421,56

2006
Nível superior - R$ 2.650,88
Nível médio - R$ 1,273,32
Nível fundamental - R$ 548,28

2007
Nível superior - R$ 4.309,01
Nível médio - R$ 1.269,25
Nível fundamental - R$ 813,35

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